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FUTSAL

Aqui vou colocando material que vou obtendo e que me ajuda a mim e aos meus seguidores sobre Futsal. Como estou neste momento mais interessado em desenvolver material sobre o treino de guarda redes de futsal vou colocar mais material de treino que procure desenvolver mais essa matéria. Desde já peço desculpa aos autores dos artigos pois o meu objectivo desta página é mesmo reunir material que me possa ser útil.


O JOGO, A EQUIPA, O TREINADOR, O TREINO E A COMPETIÇÃO

O JOGO

O FUTSAL é um desporto colectivo, com opositor, pouco contacto fisico e jogado com uma bola.
Caracteriza-se por ser um jogo colectivo de desequilibrios, mudaças de ritmo, mudanças de velocidade e ocupação racional dos espaços.
É uma modalidade de acção, superação de esforços e competição. É um meio de expressão e revela os limites de cada um, favorecendo o conhecimento pessoal.
Contudo o futsal, por ser um desporto um tanto complexo, exige dos seus praticantes determinadas técnicas para o desempenho eficáz da sua prática, jogar futsal não é o mesmo que jogar futebol num campo reduzido.

No jogo de futsal, qualquer estratégia, qualquer táctica e qualquer atitude gestual dos jogadores, tem como finalidade conseguir obter golo, se se está de posse de bola ou ao invés, a sua recuperação, se não se está na sua posse, obviando assim a que o adversário faça golo.



A EQUIPA
OS JOGADORES NA EQUIPA

Existem duas funções diferenciadas nas Leis de Jogo do Futsal :
- Os jogadores de campo (fixo, alas e pivot)
- O guarda-Redes

- OS JOGADORES DE CAMPO -
Os jogadores de campo desempenham uma dupla acção, como atacantes e como defesas.
Temos de ter sempre presente que apesar de existirem estas diversas posições, num sistema de jogo evoluído todos os jogadores passam durante o jogo por todas as posições. Será mais correcto afirmar que os jogadores actuam predominantemente numa determinada posição.


GUARDA-REDES
Dentro das Leis do Jogo é o único jogador que pode jogar a bola com as mãos e o seu raio de acção no jogo está condicionado.
Algumas características e qualidades que devem nortear um bom GR: - Boa colocação; Agilidade; Reflexos; Ousadia; Sangue-Frio; Flexibilidade; Bom tempo de saída e Concentração a remates de surpresa.
Mais algumas: Bom a repor a bola em jogo, com as mãos e com os pés; Boa comunicação com os colegas na orientação das acções defensivas.

FIXO
Algumas características e qualidades que devem nortear um bom Fixo: - Bom pique; Velocidade de reacção; Boa cobertura; Boa marcação; Boa recuperação; Bom passe com ambos os pés; Boa comunicação com a equipa (normalmente é o jogador de campo mais atrasado e com visão periférica mais alargada) e Bom remate de meia distância.
Mais algumas : Boa leitura de jogo defensivo e ofensivo; Organizador de jogo por excelência (defensivo e ofensivo).

ALA (Direito ou Esquerdo)
Algumas características e qualidades que devem nortear um bom Ala: - Velocidade; Agilidade; Boa técnica; Boa recuperação defensiva; Criatividade; Disponibilidade física; Bom remate.
Mais algumas : Saber explorar e criar espaços vazios; Como o jogo é muito dinâmico, ter capacidade para jogar em ambas as alas.

PIVOT
Algumas características e qualidades que devem nortear um bom Pivot: - Boa técnica; Velocidade de reacção; Explosão; Oportunismo; Objectividade; Iniciativa; Decisão; Dinamismo; Remate espontâneo e forte com ambos os pés; Muito bom controle da bola.
Mais algumas: Saber criar espaços para os colegas entrarem; Boa leitura de jogo; Grande capacidade física; Boa protecção da bola; É a referência do ataque e deve ter prioridade nas suas deslocações.

Quando se consitui uma equipa, independentemente de ter carácter amador ou profissional, importa definir os valores que devem reger a equipa :

EM GERAL – Rigor, exigência, disponibilidade total, coesão, espírito colectivo, agressividade mental e física, capacidade de decisão ( não ter medo de errar), ser eficiente e não ser egoísta ( o nós antes do eu).

NA DEFESA – Corte de linhas de passe, pressão no portador da bola, ajudas e coberturas defensivas.
NO ATAQUE – Criação de espaços e movimentos sem bola, apoios e rematar á baliza sem egoísmos.

Os jogadores precisam ter, desde o primeiro momento, uma noção muito concreta do que pretendemos que façam para se atingir os objectivos previamente definidos.
Uma vez definidas as responsabilidades de intervenção de cada um, todos são importantes, ninguém é imprescindível. Imprescindível só o clube.

A disciplina é uma indispensável condição para o êxito.
Que a disciplina seja assumida por parte dos jogadores, apelando à sua participação e responsabilização.

A coesão que deve constituir preocupação para quem dirige é a que se refere a uma grande identificação colectiva dos componentes dessa equipa face aos objectivos a alcançar. É a grande comunhão de interesses individuais e colectivos.

Segundo o famoso treinador de basquetebol norte-americano Mike Krzyzewsri, os membros de uma equipa devem ser encarados como os cinco dedos de uma mão.
Temos mãos com dedos pequenos que se juntam com facilidade e se transformam em poderosos punhos fechados, outras, com dedos por vezes bem maiores, têm dificuldades em se juntarem de modo a formarem punhos minimamente fortes e acima de tudo, raramente se juntam como um punho.

As equipas com sucesso têm habitualmente cinco características fundamentais : Comunicação, confiança, responsabilidade colectiva, preocupação com os outros e orgulho.
Cada uma destas características é como o dedo de uma mão, são importantes individualmente, mas invencíveis quando juntas sob a forma de um punho cerrado.
COMUNICAÇÃO
Primeira qualidade a salvaguardar no acto de liderar, não há qualidade mais importante do que a comunicação. Todos os elementos da equipa devem comunicar pela via da fala, olhos nos olhos. É fundamental falar e pensar alto no decurso do trabalho da equipa e falar verdade e, se para falar verdade, no momento próprio tiver de haver confrontação, assim seja.
CONFIANÇA
Sem confiança mútua, dificilmente e processo de comunicação atingirá níveis muito elevados. Ninguém confia, entretanto, em incompetentes. Um líder competente terá por isso mais hipóteses de estabelecer relações de confiança com aqueles com quem colabora.
RESPONSABILIDADE COLECTIVA
Qualquer erro ou falha deve ser assumido por todos, nada de acusações ou desculpas.
Num punho cerrado não deve haver dedos apontados a quem falha ou erra, pois isso enfraquece a coesão. Perdemos ou ganhamos, juntos.
PREOCUPAÇÃO COM OS OUTROS
Depois de um erro ou de uma falha é fundamental que todos os elementos da equipa se preocupem com aqueles que erraram ou falharam.
ORGULHO
Fazer o melhor possível, ter orgulho e gostar do que fazemos. Tudo o que fazemos leva a nossa assinatura, razão mais do que suficiente para fomentarmos o necessário orgulho na obra que produzimos, no passe que fazemos ou no golo que marcamos.
Orgulho por fazer parte da equipa a que pertence.

Para que haja superação, os desafios das equipas têm de ser os das pessoas que as compõem, numa profunda identificação colectiva em que o todo será maior que a soma das partes.
Cada jogador a servir antes do mais a equipa, sabendo que essa é a via mais rentável e rápida para a respectiva melhoria individual.

Joga mais tempo quem dá melhores contributos para a equipa, a substituição ou a não convocação, não são em si mesmas situações negativas, sempre que treinadores e jogadores as consigam enquadrar como decisões tomadas para melhorar a equipa.
Numa modalidade onde não há número limite de substituições não é fundamental jogar de início.
Em campo devem estar sempre os jogadores mais capazes de desenvolverem um esforço máximo em prol da equipa.
Se não possuímos jogadores capazes de saírem do banco dos suplentes como alternativas válidas para a equipa, dificilmente alcançaremos o sucesso pretendido.

O futsal evoluído não admite jogadores que revelem falta de aplicação nos treinos, que cometam falhas comportamentais graves, que só pensem neles, ou que não tenham a motivação necessária para resistirem ao imenso desgaste a que estão permanentemente sujeitos.
Na competição e no treino, todos os componentes de uma equipa devem ser responsáveis por uma participação o mais activa possível.

Acontece com frequência em equipas de top, existirem no plantel jogadores com estatuto, o que são jogadores com estatuto ? São jogadores que pela sua qualidade e palmarés, ganharam o respeito e a admiração de quem está ligado à modalidade, só que estatuto não pode ser sinónimo de privilégios no trabalho diário da equipa, antes sim, mais responsabilidade, pois esse ou esses jogadores são uma referência para os jogadores mais jovens e devem ser um exemplo na sua conduta.

O reforço do necessário colectivismo de um grupo de trabalho faz-se através de :
- Fazer ressaltar, entre os respectivos membros, aquilo que os distingue das outras equipas ( praxes, tradições, história, dimensão do clube etc. ) consolidando a sua unidade.
- Apontando objectivos para a acção colectiva e desenvolver regras disciplinares orientadoras da vida colectiva do grupo, extensivas a todos os componentes.
- Fomentar exercícios de treino cujo objectivo a alcançar dependa de todos.

O TREINADOR, O TREINO E A COMPETIÇÃO

NÃO É FÁCIL SER TREINADOR

Ensinar é estimular uma nova forma de conduta ou modificar uma forma de conduta anterior e aprender é adquirir hábitos.
Os atletas aprendem muito mais rápidamente quando têm a exacta compreensão do objectivo que se pretende atingir.
A função de treinador implica tomada de decisões, organizada com base em indicadores e segundo critérios que obedecem a uma certa ordem e a diferentes domínios: Organização do treino, liderança, estilo e formas de comunicar com os jogadores, dirigentes e árbitros; Opções estratégicas e tácticas decorrentes da observação e análise do jogo; Gestão das pressões contidas na competição; Controlo da capacidade de concentração e das emoções, etc... Para além dos imprescindiveis conhecimentos técnico-tácticos. É também necessário intuição, algo indefinivel que se nota em toda a vocação profissão e que é muito mais exigivel quando se trata de um treinador.

Quem é dirigido precisa de adquirir a confiança de quem o lidera, por via de uma autoridade reconhecida, mais do que imposta. Competência, honestidade e coerência.

Um treinador será tanto melhor quanto maior for a riqueza de conhecimentos que possuir.

Um treinador pode saber muito de futsal mas se os jogadores não o perceberem e não aceitarem o que pretende fazer, a equipa que prepara dificilmente terá sucesso.

Para se ser treinador, importa dominar tudo o que diga respeito à dinamica das relações treinador/jogadores.
Ter elevado espirito de compreensão e ajuda, pois o atleta vê o treinador como um guia.


AUTORIDADE RECONHECIDA MAIS DO QUE IMPOSTA

O treinador tem de ser um comunicador !

Tradicionalmente quando se pensa no processo de treino, relacionamo-lo imediatamente com a metodologia, o planeamento, a preparação, a táctica, técnica, fisica, psicológica, etc., raramente nos preocupamos com a eficácia pedagógica da relação treinador/atleta, isto é, o modo como o treinador consegue comunicar com o atleta e em que medida esta comunicação contribui para o sucesso desportivo.
Estudos realizados sobre a relação entre o treinador e o atleta, permitem identificar alguns factores que contribuem para o sucesso dessa relação:

- A organização dos treinos
- A apresentação das situações de treino
- A maximização do tempo de empenhamento motor especifico
- A reacção do treinador á prestação dos atletas
- A criação de um clima positivo no treino.

Possuir empatia quanto baste para conseguir através do seu processo de comunicação com os outros, motivá-los, conduzi-los a uma superação constante.
Mais importante do que aquilo que sabemos é o que somos capaz de transmitir.

Na organização da unidade de treino é aconselhável que a mesma se faça de uma forma integrada, isto é, que o trabalho fisico, técnico e táctico, sejam feitos em conjunto e não em separado, isto é tanto mais pertinente quanto menor forem o número de unidades de treino. Tempo reduzido, tempo optimizado.

O treino deve ser sequencial e consequente, nada deve ser avulso.

Ao treinador compete :

- Liderar e ter capacidade de liderança.
- Saber incutir no espirito dos seus jogadores que, saber perder é algo muito mais profundo do que uma simples atitude de elegância, saber perder é realmente estar capacitado para entender a parte mais dificil da vida, passando a ver na derrota a possibilidade de aprender mais.
- Perceber, que ganhar não é ser invencível mas sim o ser capaz de vencer o jogo e que jogar para ganhar não é o mesmo que jogar para evitar perder, pois pior do que perder é sentir medo de perder.
- A responsabilidade de fazer respeitar com justiça e ponderação as regras organizativas e disciplinares previamente estabelecidas.
- Ultrapassar com equilibrio os problemas e as dificuldades que sempre se deparam a um colectivo, quer no treino quer na competição.
- Motivar tudo e todos para que sintam orgulho e prazer por participarem na vida colectiva da equipa.
- A decisão final sobre tudo o que respeita à vida desportiva da equipa, mediante as regras e a definição de tarefas que préviamente estabeleceu.
- Criar as condições necessárias que rentabilizem ao máximo a participação de todos os componentes da equipa.
- Incentivar a criatividade dos jogadores, dar-lhes espaço para errarem e reflectirem sobre os erros que cometem, nunca esquecendo que ser criativo não pode representar perda de eficácia ou desrespeito pelos principios e regras que devem nortear a vida colectiva das equipas.
- Ser capaz de definir tarefas, congregar interesses, juntar á sua volta tudo e todos no sentido de lutar, de modo coeso, por algo que nos transcende.
- Conseguir que os jogadores ( e os dirigentes ! ) compreendam ( e aceitem ) o que se pretende alcançar, gostar do que se está a fazer, possuir uma elevada auto-estima.
- Dar oportunidade a que os jogadores apliquem a sua especialização, incentivando-os a que o façam ao serviço do colectivo, submetendo o interesse do “eu” aos objectivos a alcançar pelo “nós”.
- Treinar como se joga, com intensidade, complexidade e competitividade.

“SE SE JOGA COMO SE TREINA, TEM DE SE TREINAR COMO SE JOGA”

SUGESTÕES AO TREINADOR

- Seja disciplinado para poder disciplinar
- Insista na pontualidade de todos
- Conheça perfeitamente as regras do jogo e faça com que os seus jogadores também as conheçam ( no inicio da época promova uma reunião de todo o grupo com um árbitro). - No inicio de cada época ou quando pegue numa equipa, num quadro, esplane a sua maneira de ver o jogo perante os jogadores, de modo a que conheçam as suas ideias e compreendam melhor a finalidade do trabalho a efectuar.
- Faça o planeamento atempado das unidades de treino, ex. Microciclos semanais.
- Analise cada unidade de treino após a mesma, enquanto está fresca na sua memória.
- A maior fonte de conhecimentos para o treinador, não são os cursos nem outras iniciativas do género ( embora sejam importantes ), é o quotidiano com os jogadores, é a sua observação contínua nos treinos e nos jogos, pois a sua criatividade abre-nos perspectivas para novos exercicios e outras soluções.
- O treino deve ser de intensidade progressiva. Atenção ao excesso de informação, não queira ensinar tudo num dia.
- Em cada unidade de treino, antes de cada exercicio, explique a todo o grupo num papel ou num quadro o exercicio a efectuar.
- Observe e corrija imediatamente qualquer erro ocorrido no treino.
- Não permita brincadeiras no treino. O treino é para treinar e o caminho para as vitórias...ou derrotas.
- Voçê é lider mas as sugestões dos seus jogadores são importantes e merecem ter atenção.
- Tente ser o mais calmo possivel no decorrer do jogo, assim não transmitirá intranquilidade para dentro do campo e pode observar com exactidão todos os detalhes do jogo.
- Num pedido de desconto de tempo, seja preciso e conciso, não tenha complexos e ouça também os jogadores, pois eles apercebem-se de pormenores dentro de campo que a nós nos passam despercebidos.
- Uma correcta rotação de jogadores durante um jogo, ajuda a manter um ritmo elevado de jogo e as respectivas agressividades defensiva e ofensiva.

Muitas vezes se diz que a equipa tem a “cara do treinador”, com isto queremos dizer que, na maioria das ocasiões, a equipa incorpora para si a personalidade e atitudes do técnico.

Em caso de indisciplina deve o treinador evitar o alarde do rigor e fazê-lo com naturalidade e segurança.
Na condução do treino, o treinador deve ser a autoridade personificada e o exemplo vivo. Não deve proceder como o domesticador que leva o animal a uma obediência mecânica, pelo contrário, deve dirigir e orientar o treino pelo coração, pelo hábito da disciplina consciente e pela convicção, a sua acção deve ser firme, enérgica, justa e com muito bom senso.

Treinar e competir em níveis cada vez mais elevados de exigência.
A equipa é comandada por estimulos exteriores, que derivam do comando do exercicio, da actividade e dinamismo pessoal do treinador, da firmeza das suas atitudes e imperativo da voz.
O objectivo do treino é o aperfeiçoamento e evolução contínua das capacidades do jogador.

O comando dos exercicios deve ser maleável, alegre, vivo, optimista e sugestivo. O treinador deve comandar cativando, conquistando o jogador.

Treinar e aprender em situações que simulem a realidade própriamente dita.
Exercícios de treino competitivos e exigentes do ponto de vista fisico, técnico e táctico, simulando o mais possível a situação de jogo.
É no treino que começa a concentração, um jogador que treina sem concentração não vai nunca ser um jogador concentrado no jogo, a concentração treina-se.

Sem a participação de todos, a confiança para arriscar e a capacidade para decidir sem medo de errar, não há sucesso possível.
Os jogadores devem participar no jogo de modo responsável, expontâneo e criativo, embora nunca desrespeitando os principios básicos defensivos e ofensivos em que deve assentar a sua formação.
Principios que, ao serem respeitados simultâneamente por todos os jogadores de uma equipa, conduzem a uma efectiva movimentação global, uma vez integrados e coordenados no seu todo.

No futsal de competição, não há lugar para jogadores que não dominem os fundamentos do jogo.

Há jogadores que vão ao treino e outros que vão treinar. O futsal não é para quem pode mas sim para quem quer, se se pode e quer, tanto melhor é ouro sobre azul.

Ser criativo, não é ser indisciplinado nem individualista, mas sim decidir em cada situação de jogo com responsabilidade e eficácia, conforme a movimentação e posicionamento dos adversários e dos companheiros de equipa.

O talento não se ensina, apenas se ajuda através do treino a florescer, aperfeiçoar e desenvolver toda a potencialidade do jogador, desenvolve-se o sentido colectivo, corrige-se deficiências, aprimora-se a qualidade, dá-se experiência, porém, mesmo um individuo sem talento pode, com ambição, dedicação e esforço, ultrapassar aqueles que o tenham.

De nada adianta um jogador ser talentoso e criativo, se não tem técnica para fazer as jogadas que imagina ( habilidade não é sinónimo de técnica) ou não há coordenação na equipa e os seus colegas não acompanham a sua ideia. Portanto a técnica individual, a boa distribuição dos jogadores em campo ( ocupação dos espaços ) e sua coordenação entre si, dependem fundamentalmente do treino.
Pessoas que têm talento, muito frequentemente não o desenvolvem, permitindo que ele se desvaneça pelo desuso.
É vulgar ouvir dizer que determinado jogador “passou ao lado de uma grande carreira” ou seja, não aproveitou por circunstâncias várias, o talento inato para a prática da modalidade.


ATRIBUTOS DE UM GUARDA REDES:
Componente Fisica:
Capacidade Coordenativa:
- Coordenação
- Agilidade
- Ritmo
- Noção Espaço-Tempo
- Equilíbrio
Capacidade Física:
- Velocidade
- Força
- Resistência
- Trabalho eficaz de flexibilidade

Componente Técnico:
- Passe
- Recepção
- Remate
- Condução de bola
- Cabeciamento
- Drible
Fundamentos da técnica ofensiva e defensiva

Componente tático:
Tática Ofensiva  Participação em jogadas; reposição de bolas em jogo
Tática Defensiva  Cobranças de arremeço de cantos;
Faltas  Movimentação dos adversários
Formação de barreiras

Componente psicológico:
- Liderança
- Atenção
- Concentração
- Decisão
- Força de vontade
- Coragem
- Tranquilidade


"O guarda-redes como tem uma posição especifica, naturalmente tem que ter um aquecimento/activação geral diferente, direccionado para as solicitações exigidas de um jogo, em relação á massa muscular ... articulações, treinar guarda-redes não é para qualquer treinador, não basta aplicar exercícios, quando se está a treinar 2 ou 3 guarda-redes é preciso conhecer os pontos fracos e fortes de cada um e tentar explorar e estimular esses mesmos pontos. Será que o mesmo exercício sendo aplicado a 2 guarda-redes tem a mesma supercompensação (Carga-Fadiga-Recuperação-Supercompensação)? Claro que não...Há técnicas que podem ser utilizadas como por exemplo o grau de exigência do próprio exercício será diferente para cada um dos guarda-redes, exemplo:
• Exercício para trabalhar defesa baixa (a pés), se tenho um guarda-redes que é muito bom em defesas baixas e o outro tem dificuldades devido á falta de flexibilidade...agilidade, tenho que motivar, incentivar este ultimo, para este exercício, mas note-se que nós treinadores temos que respeitar as regras das capacidades motoras, para aplicar um exercício tendo como objectivo trabalhar defesa baixa, terá que haver obrigatoriamente um trabalho feito na flexibilidade e agilidade anteriormente.
• Outro aspecto importante e que passa pela ignorância de muitos é o conhecimento da vida profissional dos guarda-redes. Será que o grau de exigência dos exercício tem que ser o mesmo para um guarda-redes que trabalha na construção civil e o outro que trabalhe num escritório? Parece-me que não...
São alguns aspectos que temos que ter em conta, não só previne lesões como teremos certamente os nossos guarda-redes a terem bons rendimentos nos jogos.

Acções técnico-tácticas individuais do GR - Defensivas
Quando se fala das acções técnico-tácticas dos GR, por vezes ignoramos suas características individuais, pois estas estão interligadas. Se analisarmos, numa finalização que o GR tem de efectuar uma defesa baixa, facilmente reparamos que nem todos os GR agem da mesma forma e podemos constatar que alguns GR efectuam uma defesa com os pés e outros com as mãos.
Então faço uma pergunta: Qual é a posição mais correcta?
E a minha resposta como treinador é: a posição em que o GR se sente mais á vontade, porque o objectivo é a bola não entrar na baliza.

Acções técnico-tácticas individuais: Defensivas
Posição Básica - Deverá ser uma posição que permita intervir rapidamente quando necessário. Mesmo quando a bola se encontra afastada da área de intervenção do GR, este deverá sempre estar o máximo concentrado e preparado para intervir. O tronco deverá estar ligeiramente inclinado à frente, os membros inferiores semi-flectidos, a cabeça na posição normal de forma a alcançar um campo visual máximo e os membros superiores deverão estar, não ao longo do corpo, mas sim numa posição mais elevada, de forma a intervir rapidamente nas bolas altas, caso necessário.
Colocação e orientação na baliza - O GR deverá sempre "assustar e intimidar" os adversários na forma como se coloca.Um GR que tenha uma boa colocação e orientação na baliza, evita esforços e defesas desnecessárias, tornando-se muito eficaz. Em termos teóricos a colocação do GR é sempre em função da bola, ou seja, o GR deverá colocar-se na bissectriz do ângulo que forma a bola com os postes da baliza. Pontualmente vemos que tal não se verifica em determinadas situações.O GR por vezes tenta enganar os adversários deixando livre um determinado espaço da baliza, em situações de inferioridade numérica, este aspecto constata-se muitas vezes.
Deslocamentos - Torna-se fundamental que um GR de Futsal seja extremamente rápido nos seus deslocamentos. No entanto, nunca poderá perder o equilíbrio, prejudicando uma posição básica correcta para intervir. Um GR apenas conseguirá salvaguardar este aspecto se nos deslocamentos, executar passos pequenos, extremamente rápidos, evitando cruzar os apoios, e mantendo sempre o enquadramento com a baliza.
Saídas - A capacidade de decisão torna-se fundamental, quando é necessário afastar-se do seu "templo sagrado", que tem que defender cautelosamente. Quando o GR optar por sair da baliza nunca deve hesitar, pois isso torna-se-á fatal. Numa saída de baliza, ao aproximar do portador da bola, o GR está a diminuir o ângulo da abertura da baliza do adversário, tendo em atenção se esta saída for nas laterais, tem que haver uma preocupação em defender o poste do mesmo lado.É sempre uma decisão arriscada sair da baliza, e o GR deverá ser extremamente inteligente para o fazer de uma forma segura e correcta.

Treino de Guarda Redes

FUNDAMENTOS TÉCNICOS
Estes fundamentos são a base, para o qual todos os exercicios devem ser programados, incutindo no guarda redes cada vez mais a noção de baliza e complementando-o com o maximo de trabalho fisico ( agilidade, velocidade, força... Algo que falaremos mais á frente), para que a sua evoluçao seja rapida e gradual.

POSICIONAMENTO
É o fundamento básico para o guarda-redes, pois facilitará muito a defesa dos remates adversários. O posicionamento deve ser com os pés afastados na linha dos ombros, mantendo-os sobre uma bissectriz de um triângulo imaginário traçado a partir da bola até os postes da baliza. Em relação à baliza, deve ficar um pouco à frente da linha de baliza, com os braços levemente flexionados e as mãos um pouco abaixo da linha de cintura, mantendo a posição básica de uma forma confortável, que lhe permita uma melhor concentração e facilite a sua velocidade de reacção. Um bom posicionamento é importante para facilitar a defesa, pois um bom guarda-redes não é aquele que faz quedas aparatosas mas sim aquele que realiza o menor esforço para realizar uma defesa. O posicionamento divide-se em frontal e lateral de acordo com a posição da bola.

DESLOCAMENTO
Partindo da posição básica, o guarda-redes desloca-se lateralmente sem cruzar os pés e sem encostar um pé no outro. Numa situação próxima de defesa, o deslocamento deve ser feito na ponta dos pés, facilitando o desequilíbrio do corpo para uma acção de defesa. A impulsão para o deslocamento é feita com a perna contrária ao deslocamento e em relação à baliza, deve descrever um trajecto de semicírculo entre um poste e outro. O deslocamento pode ser realizado de forma simples, lateral ou em saltitos na posição básica, dependendo da situação em que a acção se desenvolver.

DEFESAS
As defesas de bola são divididas em três tipos, sendo classificadas de acordo com a altura que a bola chega ao guarda-redes. Nas defesas, ambas as mãos devem receber a bola e, em todas situações, o contacto deve ser feito com a palma da mão, usando os dedos para comprimir a bola para que esta não escape. Após qualquer defesa, leva-se a bola junto ao corpo para maior segurança em relação ao seu controle. Defesa Alta: Esta deve ser realizada quando a bola vai da linha do peito para cima. A bola deve ser recebida com as mãos e os braços em forma de triângulo e, após a recepção, deve ser levada junto ao peito para melhor protecção, sendo isto realizado com um dos pés atrás, para aumentar a base de equilíbrio do corpo. Defesa Média: Nesta defesa os braços ficam flectidos junto ao corpo e as mãos posicionam-se na linha da cintura, em forma de concha, com a palma da mão voltada para cima e os dedos a apontar para baixo. Após a recepção, o guarda-redes deve proteger a bola junto ao abdómen e uma das pernas deve de ir para trás aumentando a base de equilíbrio do corpo. Defesa Baixa: Nesta defesa, o guarda-redes deve flexionar as pernas encostando um dos joelhos ao chão. O joelho que vai ao chão tem sempre como referência a posição do remate, sendo que as mãos devem receber a bola em forma de concha, com o tronco levemente flexionado e posicionadas à frente da perna que realizou a flexão, com o joelho no chão. Em relação à posição dos remates, estas defesas podem ser classificadas como frontais e laterais, onde se leva em consideração a posição do joelho que vai ao solo para execução de uma defesa mais segura.

QUEDA
Este fundamento é realizado com o desequilíbrio lateral do corpo em direcção à bola, proporcionado pela flexão da perna do lado da queda e a impulsão da perna contrária. O contacto com o solo deve ser feito pela parte lateral da coxa flectida e pelo tronco. O guarda-redes deve evitar o choque das articulações dos joelhos, quadril e cotovelos contra o solo. Para evitar que isto aconteça é importante que se siga uma sequência de aprendizagem de queda, começando pela execução de exercícios partindo da posição de sentado, de joelhos, agachado e depois da posição em pé. Podemos considerar como queda a defesa baixa, quando realizada em queda e na posição de barreirista, com uma perna em extensão e a outra em flexão com apoio do joelho ao solo.

REPOSIÇAO
Podemos classificar a reposição como curta e longa. A reposição curta é feita através de um movimento de flexão das pernas, com o lançamento da bola feito através de um movimento de braços, partindo de baixo e a bola descrevendo a trajectória pelo chão, para movimentos realizados para pequenas distâncias. A reposição longa é feita através de um passe de ombros, semelhante ao do realizado no andebol. O uso da quebra de punhos e da finta de corpo é muito importante para o guarda-redes, pois permitirá fintar o adversário no momento da reposição, dificultando a acção defensiva dos adversários.

SAÍDAS DE BALIZA
A saída de baliza é uma situação constante e deve ser rápida e sem hesitação, tendo como objectivo tirar o espaço de remate do adversário. Para isto o guarda-redes deve "aumentar” o seu tamanho, utilizando os braços e pernas, para no momento adequado tentar manter a bola sob seu controle. Nas situações em que o guarda-redes tiver que sair da área, deve definir rapidamente a jogada, eliminando a situação de perigo ou iniciando uma situação de contra-ataque. Para isto o guarda-redes deve ter a consciência de que actualmente ele pode-se tornar um libero na sua equipa. Podemos classificar em duas as saídas de baliza, sendo a saída baixa aquela realizada em queda lateral, ou aquela realizada com uma postura de contenção em posicionamento de defesa em pega baixa e a saída alta que utilizamos em duas situações: a primeira para interceptar bolas que descrevem trajectória alta sobre a área, realizando a defesa em pega alta ou em defesa em punhos (socar a bola); a segunda quando o guarda-redes sai da área para jogar com os pés.



MANIPULAÇÃO DE BOLA
Estes exercícios servem para desenvolver um maior controlo e domínio sobre a bola, pois estas premissas são fundamentais para o guarda-redes. Os exercícios de manipulação possibilitam que o guarda-redes mantenha um alto grau de intimidade com a bola, colaborando para a sua melhoria nas acções técnicas. Este tipo de exercícios poderá ser a base para a realização de um bom aquecimento, tornando-o mais variado e motivante.
EXERCÍCIO 01: Passar a bola de uma mão para outra ao redor da cintura, das pernas, do peito e da cabeça.
EXERCÍCIO 02: Passar a bola de uma mão para outra acima da cabeça, mantendo os braços em extensão.
EXERCÍCIO 03: Elevar alternadamente as pernas à frente e passar a bola por trás dos joelhos.
EXERCÍCIO 04: Lançar a bola a partir da linha da cintura, por cima de um ombro, girar o tronco e apanhá-la do outro lado.
EXERCÍCIO O5: Prender a bola entre os dois pés. Saltar e jogar a bola para cima, pela frente do corpo e recolhe-la no ar sem a deixar cair.
EXERCICIOS DE COORDENAÇAO
Sabemos todos que a coordenação é muito importante para a melhoria do gesto técnico e também para melhorar o trabalho na velocidade de reacção. Os exercícios devem sempre obrigar o guarda-redes ao raciocínio para a execução do movimento. É sempre bom para o desenvolvimento da coordenação, associar o movimento corporal a um material, como bolas (Futsal, andebol, ténis, rugby), cordas, etc.
EXERCÍCIO 01: lançar bolas de Futsal para cima e, ao mesmo tempo, bater palmas, recolhendo-as sem que estas contactem com o solo.
EXERCÍCIO 02: lançar duas bolas (uma de Futsal e outra de Ténis) ao mesmo tempo para cima e depois bater as mãos atrás do corpo. Observar a altura das bolas.
EXERCÍCIO 03: Manter 2 bolas de ténis sob controlo, lançando-as ao ar alternadamente.
EXERCÍCIO 04: Com uma bola de rugby, executar lançamentos para o colega; depois fazer lançamentos com um contacto no solo antes de possibilitar a recepção.
EXERCÍCIO 05: executar batimentos contra o solo, tentando não perder o controlo da bola
EXERCÍCIO 06: Dois a dois. Um guarda-redes lança a bola para cima e recebe outra do colega na altura do peito, devolvendo-a rapidamente, voltando a recolher a sua bola sem a deixar ir ao solo.
EXERCICIOS DE VELOCIDADE DE REACÇÃO
A velocidade de reacção tem o seu desenvolvimento facilitado pela coordenação do movimento, através do rápido processamento da informação, tendo por consequência a automatização do gesto técnico necessário para cada momento das acções defensivas. Para melhor aproveitamento do treino de velocidade de reacção, é fundamental criar situações que apresentem respostas motoras rápidas após a percepção do estímulo. O número de repetições é muito importante neste processo de treino, para que se cumpram os objectivos específicos do trabalho de velocidade de reacção, pois se entrarmos em fadiga estes objectivos não serão cumpridos.
EXERCÍCIO 01: O guarda-redes fica de frente para uma parede, a uma distância de dois metros. O treinador ou o colega fica atrás e irá lançar uma bola de andebol contra a parede para que o guarda-redes faça a defesa. A bola deve ser lançada em lados e alturas variadas.
EXERCÍCIO 02: O guarda-redes fica deitado de costas com os braços soltos ao longo do corpo. O treinador ou o colega fica de pé junto da sua cabeça, segurando uma bola em cada mão. Largar as bolas alternadamente à altura do rosto para o guarda-redes fazer a defesa.
EXERCÍCO 03: O guarda-redes fica deitado de costas com uma bola de Futsal. Ele irá lançar a bola para cima, fazer uma volta de 360º e agarra-la novamente sem a deixar ir ao solo. Alternar os lados das voltas.
EXERCICIO 04: Dois a dois, deitados de bruços com os braços soltos ao longo do corpo, distanciados mais ou menos um metro entre si. No meio dos dois coloca-se uma bola de Futsal. Ao sinal do treinador devem tentar puxar a bola para junto do seu corpo.
EXERCICIO O5: Em pé, segurando a bola com os braços estendidos para a frente na linha dos ombros. Soltar a bola, bater palmas em cima e apanhar a bola antes que ela chegue à altura da sua cintura.
EXERCÍCIOS ACROBÁTICOS
Estes exercícios auxiliam no desenvolvimento da agilidade do guarda-redes, de forma a melhorar o seu desempenho nesta capacidade física, além de colaborarem no desenvolvimento da coordenação motora.
EXERCÍCIO 01: Realizar um enrolamento à frente e finalizar o movimento em pé, recebendo uma bola lançada pelo treinador (poder-se-á introduzir bolas de tamanhos variados para aumentar o grau de dificuldade, não esquecendo que o “instrumento” fundamental será sempre a bola de futsal)
EXERCÍCIO 02: Realizar um pino, seguido de enrolamento à frente e finalizar o movimento em pé, recebendo uma bola lançada pelo treinador (poder-se-á introduzir bolas de tamanhos variados para aumentar o grau de dificuldade, não esquecendo que o “instrumento” fundamental será sempre a bola de futsal)
EXERCICIO 04: Três guarda-redes devem realizar o movimento em oito, sem bola, em deslocamentos rápidos e curtos.
EXERCÍCIO O5: Três guarda-redes deitados de bruços. O do meio irá rolar lateralmente por baixo de um dos colegas, que irá saltar por cima dele e rolar por baixo do terceiro, que irá saltar e depois rolar e assim sucessivamente.
EXERCICIOS DE MANUTENÇAO FISICA E TÉCNICA
Estes são exercícios que o guarda-redes realiza principalmente em situações em que não está a realizar um trabalho específico de preparação técnica ou táctica. Usa-se normalmente quando os guarda-redes não participam momentaneamente na actividade principal, ou quando existe troca entre eles durante os trabalhos tácticos ou de jogo formal ou condicionado. Normalmente a bola utilizada para este trabalho é a bola de Futsal, no entanto muitos exercícios podem ser realizados com bolas medicinais de 1 a 3 kg, criando sobrecarga que auxilia na execução do trabalho.
EXERCÍCIO 01: Sentado, passar a bola alternadamente entre as pernas estendidas e elevadas.
EXERCÍCIO 02: Sentado, flectir o tronco e levar a bola até aos pés. Prender a bola entre os pés, rolar para trás e soltar a bola nas mãos.
EXERCÍCIO 03: Deitado de costas com os braços estendidos lateralmente. Prender a bola entre os pés, elevar as pernas formando um ângulo de 90' em relação ao corpo e rolar para os dois lados, encostando a bola às mãos.
EXERCÍCIO 04: Deitado de costas, passar a bola por baixo das costas com a elevação do quadril.
EXERCÍCIO 05: Deitado de bruços com os braços estendidos lateralmente e a bola numa das mãos. Rolar a bola de uma mão para outra, elevando o tronco para a bola passar por baixo do peito.
EXERCICIOS DE REPOSIÇAO
Estes são exercícios que visam o desenvolvimento da precisão nas reposições de bola, uma vez que o guarda-redes desempenha um papel de fundamental no início das acções ofensivas da sua equipa, sendo o primeiro a iniciá-las com uma responsabilidade redobrada, pois em caso de falha, compromete seriamente a sua defesa.
EXERCÍCIO 01: Espalhar vários pinos pelo campo. O guarda - redes deverá lançar a bola e acertar os pinos, com trabalho de reposição curta e reposição longa em passe de ombro.
EXERCÍCIO 02: Colocar arcos no campo ofensivo. O guarda-redes fará a reposição em balão, com o objectivo de acertar com a bola dentro do arco.
EXERCÍCIO 03: Colocar alguns jogadores, com camisolas de cores diferentes no meio campo ofensivo (em vez de jogadores poderemos recorrer a sinalizadores de cores variadas). O guarda-redes ficará de costas para o campo e de frente para a baliza. Ao comando do treinador, que dirá uma cor, ele deverá girar rapidamente e lançar a bola para o jogador com a camisola da cor correspondente. A cada reposição mudar a posição dos jogadores ou dos sinalizadores.
EXERCÍCIO 05: Formar no meio campo ofensivo uma baliza de mais ou menos 10 metros de largura. Para defender a baliza colocaremos outro guarda-redes, que não pode usar as mãos. O guarda-redes tentará marcar golo através da reposição em passe de ombro.
EXERCÍCIOS TÉCNICOS DE BALIZA
Estes exercícios têm como objectivo habituar o guarda-redes a todo o espaço do seu local de actuação, que é a baliza. Todo o trabalho junto da sua baliza permite melhorar a sua noção de espaço, que é fundamental para o guarda-redes. Quanto melhor for a sua noção de espaço, melhor será o seu posicionamento e consequentemente, facilitará as suas acções dentro do jogo.

Outro factor positivo criado por este treino é a adequação às situações de jogo, permitindo variações de posição, tanto de ataque, através daqueles que irão finalizar, bem como do próprio guarda-redes nas suas mais variadas acções de defesa. Ainda permite a exigência sobre as capacidades motoras necessárias ao guarda-redes, como velocidade de reacção e agilidade, possibilitando também o desenvolvimento da resistência, flexibilidade e potência.

Para isto, é necessária a criação de formas de treino variadas, com remates de diferentes distâncias, velocidades e alturas, para que o guarda-redes crie uma relação com a sua área e baliza, criando um maior conhecimento possível de todos os espaços e distâncias.
O número de repetições para cada exercício deve ser baseado na capacidade motora que se quer desenvolver, levando sempre em consideração a condição técnica e física do guarda-redes, procurando sempre melhorar as qualidades e corrigir os defeitos.
EXERCICIO 01: O guarda-redes fica encostado a um poste e o treinador na linha da área com uma bola em frente ao outro poste. O guarda-redes desloca-se para defender a bola em defesa alta.
EXERCÍCIO 02: Dois guarda-redes ficam com uma bola, colocado cada um na frente de um poste. Passar a bola entre si, com o outro na baliza acompanhando a bola através de deslocamento lateral, evitando a finalização que pode ser realizada após o terceiro passe.
EXERCÍCIO 03: Mesmo exercício realizado agora com os pés.
EXERCÍCIO 04: Colocar dois pinos no meio da baliza, distanciados 50 cm entre si. O guarda-redes deve deslocar-se em oito para defender a bola em defesa alta lançada nos cantos pelos outros guarda-redes.
EXERCÍCIO 05: O guarda-redes fica junto a um poste, com o treinador colocado no poste contrário, Ao sinal do treinador, gira e faz a defesa baixa em queda no remate rasteiro. Mudar de lado após X repetições.
EXERCÍCIO 06: O guarda-redes fica deitado de bruços no meio da baliza, e o treinador fica na linha da área. Ao sinal, levantar e defender a bola lançada num dos ângulos da baliza, depois retomar a posição inicial e repetir o exercício.
EXERCÍCIO 07: Defender remates com a visão da bola encoberta por um colchão.
EXERCÍCIO 08: Colocar colchões na frente da baliza para desviar a trajectória da bola, dificultando as acções de defesa.
EXERCÍCIO 09: Colocar três bolas na frente da baliza. Rematar contra estas bolas e o guarda-redes tentará defender as bolas que se movimentam.
EXERCÍCIO 10: Defender bolas de ténis que serão lançadas de diferentes distâncias.



Atitudes para atacar

Fugir do campo visual do adversário: significa desmarcar-se para receber a bola [1] . Isso exigirá do atacante a atitude de passar da linha de marcação do defensor, de modo a deixá-lo em dúvida ("O que mantenho no meu campo visual: a bola ou o atacante?"); a induzi-lo para algum lugar "falso" (enganá-lo [2] ). Lembre-se: em futsal, por conta do espaço reduzido, ninguém pode jogar parado! É preciso criar as chamadas linhas de passe.

Acelerar o passe: significa imprimir velocidade à bola. Lembre-se: a velocidade do passe, associada à atitude de fugir do campo visual do marcador, tendem a desequilibrar a defesa adversária! Evidentemente que o passe deve ser, além de veloz, preciso.

Passar a bola para o espaço: significa passar a bola à frente do companheiro (no espaço vazio) para que este a encontre. Mas atenção: isso exigirá de quem recebe a atitude de se projectar no espaço! Lembre-se: lançar a bola para o vazio (nas costas do marcador) faz com que se ganhe uma vantagem territorial importante para se progredir no espaço e para se finalizar contra a meta adversária.

Investir no jogo directo: significa procurar um jogo de finalização, de chutes contra a meta adversária, vertical. As acções anteriores tendem a facilitar o jogo directo (pois facilitarão a posse da bola e a progressão na quadra!) e evitar o chamado jogo indirecto, burocrático. Porém atenção: o jogo directo exclui a ideia de se buscar o gol de "qualquer jeito", apressadamente e de forma desorganizada.



Atitudes para defender

Marcar, sempre que possível, atrás da linha da bola: significa que se deve respeitar a linha da bola. Esta é uma linha imaginária que passa sobre a bola em sentido perpendicular à quadra (de uma lateral à outra). Lembre-se: quem está atrás da linha da bola ocupa espaços preciosos, que seriam ocupados pelo adversário!

Manter o adversário no campo visual: para tanto quem marca deverá optar em acompanhar o adversário e não em manter o olhar na bola. Evidentemente que se for possível manter ambos (bola e adversário) no campo visual, melhor! Mas isso nem sempre acontecerá. Lembre-se: quem faz o gol é o jogador adversário! Logo, ele é quem deve ser marcado [3] .

Retorno defensivo: significa que os jogadores devem voltar para defender, ocupando a meia-quadra de defesa antes do adversário. Lembre-se: o retorno defensivo agrupa os jogadores e estes podem proteger a meta!

Realizar coberturas: significa que se deve prestar atenção a quem se marca, mas também nos outros jogadores adversários; quem marca deve estar disponível para abandonar o seu marcador quando necessário. Lembre-se: os jogadores, quando defendem, devem ajudar uns aos outros!

Feitas essas considerações, diria que as atitudes descritas neste texto facilitarão à equipe sustentar os princípios de ataque e de defesa de Bayer; elas servem de apoio para que os jogadores de uma mesma equipe interajam para atacar (comunicação) e para defender (contra comunicação [4] ). Certamente, há outras tantas acções [5] que os jogadores e a equipe devem adoptar para atingir esses propósitos, como por exemplo, a escolha do posicionamento (sistema) mais adequado para atacar (3.1, 4.0 etc.) e para defender (zona, individual; a partir de que local da quadra). Entretanto, apostaria que sem considerar as atitudes anteriores o jogo ofensivo e defensivo de uma equipe de iniciados [6] seria um desastre. Portanto, cabe aos professores de futsal compreendê-las e ensiná-las.

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